domingo, 29 de maio de 2011
Os niveis de colesterol no sangue dos vegetarianos
Os agentes transportadores de colesterol no sangue sao as lipoproteinas, dentre elas estao a VLDL, LDL e HDL. A HDL, diferentemente da VLDL e LDL,não possui a apolipoproteina B-100,que é reconhecida pelos tecidos. Logo a HDL é responsavel principalmente por levar o colesterol dos tecidos para o figado, diminuindo as chances da ocorrência de aterosclerose.
Estudos sugerem que um consumo moderado de álcool provoca um aumento no HDL, favorecendo o transporte reverso do colesterol, outros tambem mostram que algumas dietas, como por exemplo a mediterrânea, colaboram para um melhor indice de colesterol bom no sangue.
Agora iremos falar do mais importante, que seria o assunto foco do post de hoje,o nivel de colesterol no sangue de pessoas vegetarianas.Algumas matérias, baseadas em estudos cientificos, indicam que indivíduos vegetarianos, possuem niveis de colesterol menores, principalmente LDL e triglicerideos, se comparados com individuos que comem carne. No Brasil, não há muitos trabalhos, que estudam os niveis de colesterol no sangue de pessoas vegetarianas, porém foi realizada uma pesquisa,com o objetivo de estudar os valores de triglicerideos,HDL,LDL e colesterol total em individuos onivoros e vegetarianos.
Foram utilizados 76 individos, sendo que destes, 22 eram onivoros e 54 vegetarianos que foram divididos da seguinte forma, 19 ovolactos,17 lactos e 18 vegetarianos restritos.Foi realizada uma coleta de sangue, as quais os voluntários deveriam estar em jejum de no minimo 12 horas.As pessoas voluntárias tiveram que responder um questionário, com relação a sexo, idade, se sao fumantes, se bebem e outras perguntas. Abaixo podemos observar o quadro de respostas.
Observamos que não há muita diferença entre os entrevistados,exceto nos onivoros, que o consumo de álcool é muito mais elevado do que nos outros.
Abaixo, a tabela nos mostra o resultado do exame.Os niveis de HDL no sangue, em todos os individuos, são muito parecidos. Já os niveis de LDL e triglicerideos, são muito diferentes, principalmente se compararmos os onivoros e os vegetarianos restriros.Com isso podemos concluir que a partir da pesquisa realizada, observamos que pessoas que se restringem a uma dieta vegetariana, possuem niveis de colesterol total, LDL e triglicerideos baixos, se comparados com os onivoros, logo possuem uma menor chance de terem doencas arteriais,já que sua dieta é mais restrita, não entrando carne tanto vermelha quanto branca, leite e seus derivados, e outros alimentos que são ricos em colesterol.
Referência *www.scielo.br (artigo:Dieta vegetariana e níveis de colesterol e triglicérides)
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Ácidos graxos poliinsaturados na dieta de gestantes e lactantes
Pesquisas recentes indicam que os ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) n-3 e os ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (LC-PUFAs) são nutrientes essenciais para o desenvolvimento neonatal. O ácido docosahexaenóico (DHA) encontra-se em grande quantidade na retina e em certas áreas do cérebro e acumula-se no final do período fetal e no início do período pós-natal. Associou-se a deficiência da ingestão de ácidos graxos poliinsaturados n-3 a baixos níveis de DHA no eritrócito e nos tecidos da retina e do cérebro, e também com irregularidades na função da retina, as quais podem ser irreversíveis.
Os tecidos de um recém-nascido são capazes de sintetizar a partir do ácido α-linolênico uma quantidade bastante limitada de DHA. Através do leite materno, lactentes em aleitamento materno recebem quantidades adequadas de DHA, possibilitando que eles supram assim suas necessidades. Entretanto, em muitos países, como o Brasil, por exemplo, é comum a baixa prevalência de aleitamento materno, dado que a mãe oferece à criança leite de vaca diluído em água. O leite de vaca modificado apresenta 2% de energia na forma de ácidos graxos n-6 e 1% na forma de ácidos graxos n-3, além de conter somente os ácidos graxos α-linolênico e linoléico, apresentando ausência total de DHA. A partir disso, estudos vêm buscando comprovar as vantagens da utilização da suplementação de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) n-3 e/ou n-6 em formulações infantis. Esse potencial melhoramento nos leites industrializados, em termos de composição de ácidos graxos os torna semelhantes ao leite humano, podendo assim desempenhar papel importante nos eventos de maturação do sistema visual.
Os lipídios dietéticos fornecem energia para as células, além de constituírem a maior reserva energética corporal para crianças e recém-nascidos. Eles são componentes estruturais de todos os tecidos e são essenciais para a síntese das membranas celulares. Sabe-se que os lipídios fornecidos na alimentação infantil constituem um fator determinante no crescimento, no desenvolvimento visual e neural, e na manutenção da saúde. Dessa maneira, a seleção do lipídio dietético durante a infância é de grande importância para o crescimento e o desenvolvimento.
Existem dois períodos durante o desenvolvimento nos quais os ácidos graxos n-3 são de extrema importância: o período fetal e o período que vai desde o nascimento até o término do desenvolvimento bioquímico completo do cérebro e da retina, o qual ocorre aos dois anos de idade em humanos. Por serem componentes estruturais das membranas dos fosfolipídeos dos tecidos do corpo, esses ácidos graxos estão presentes em níveis especialmente altos na retina e cérebro, nos quais o DHA compõe mais de 35% do total dos ácidos graxos. A fosfatidiletanolamina é um de um tipo de fosfolipídio que está presente nas membranas do cérebro e retina, na qual o DHA se encontra em maior quantidade.
Durante a gestação, são fundamentais os estoques maternos e a ingestão dietética materna de ácidos graxos n-3 para que sejam fornecidos adequadamente os ácidos graxos n-3. O DHA e todos esses outros ácidos graxos poliinsaturados, são transferidos em direção ao sangue fetal através da placenta. Além disso, os triglicerídeos armazenados no tecido adiposo materno, contendo DHA, podem ser movimentados, liberando ácidos graxos que são disponibilizados ao feto pelo transporte placentário. Foi sugerido recentemente que na placenta ocorre pouca conversão dos precursores essenciais, linoléico para o araquidônico e do linolênico para docosahexaenóico. A análise da atividade das enzimas dessaturases na placenta evidenciou que a atividade dessas enzimas apresentou-se significativamente menor quando comparada às observadas nos fígados materno e fetal. Dessa forma, durante o período intrauterino, a placenta remove os ácidos araquidônico (AA) e docohexaenóico (DHA) de maneira seletiva e substancial através da mãe, enriquecendo a circulação do feto com estes ácidos graxos. A intensa captação e acumulação de DHA pelo feto implicam em uma considerável redução das reservas de DHA para a mãe. Por isso, a gestante deve suplementar sua dieta com este ácido graxo, especialmente em casos de pequeno intervalo entre estados consecutivos de gravidez ou no caso de partos múltiplos.
O cérebro e retina em desenvolvimento apresentam baixa concentração dos ácidos linoléico (LA) e α-linolênico (LNA), normalmente menor que 2% dos ácidos graxos totais, enquanto os ácidos araquidônico e docohexaenóico, que são obtidos a partir dos primeiros), apresentam-se maior concentração. Por outro lado, em outros tecidos, o percentual de ácido linoléico pode ser maior que 20% do total dos ácidos graxos.
Estudos relacionados à função dos ácidos graxos n-3, particularmente DHA, em ratos e macacos, mostram que a restrição dietética desses compostos, durante a gestação e a lactação interfere na a função visual normal e pode também afetar o processo de aprendizagem dos lactentes. Foi evidenciada, em prematuros, uma relação significativa entre os testes de inteligência e os níveis de DHA nos eritrócitos.
A deficiência dietética de ácidos graxos n-3 durante a gestação tem como conseqüência uma diminuição de DHA no organismo, e é seguida por um aumento compensatório na concentração do ácido docosapentaenóico em vários tecidos, o qual pode servir como indicador dessa deficiência. Assim, a incorporação de DHA nas membranas do cérebro e da retina diminui. Essa deficiência dietética DHA também pode ser verificada pelos exames de eletroretinograma.
Em estudos realizados em macacos alimentados com dieta restrita em ácido graxo n-3, cuja dieta foi suplementada com óleo de peixe, notou-se uma normalização dos níveis de DHA nos eritrócitos e nos tecidos da retina e do cérebro. Porém, o eletroretinograma permaneceu alterado. A partir desses estudos, podemos ver que a composição da retina e do cérebro é influenciada pela concentração de DHA dietético, e que a deficiência deste ácido graxo é acompanhada por alterações funcionais que podem ser irreversíveis.
Com isso, percebemos a importância de se assegurar quantidades suficientes de ácidos graxos poliinsaturados n-3 para gestantes, lactantes, crianças e prematuros.
Durante o último trimestre da gestação, o feto necessita mais dos ácidos graxos araquidônico e DHA, pois é preciso atender à síntese acelerada dos tecidos cerebrais. Para a obtenção desses ácidos graxos, o feto depende da transferência placentária, ou seja, do suprimento destes ácidos graxos pela mãe. Diferentes estudos apontam a dificuldade no estabelecimento da quantidade adequada de ácidos graxos poliinsaturados n-3 a ser ingerida pela mãe durante a gestação, devido à grande capacidade corporal materna de estocar esses ácidos graxos, assim como à capacidade de síntese de AA e DHA a partir do ácido α-linolênico. De qualquer maneira, o correto seria que a mãe ingerisse regularmente DHA, como peixes (de 2 a 3 vezes por semana durante a gestação).
As famílias de ácidos graxos (n-3), (n-6), (n-7), (n-9) competem entre si pelas vias metabólicas de alongamento e dessaturação, pois possuem os mesmos sistemas enzimáticos. Por isso, há necessidade de equilíbrio entre os integrantes das séries dos ácidos graxos essenciais, o que implica em uma relação entre ômega n-6 e ômega 3.
A lactação tem sido considerada uma etapa no período reprodutivo de grande demanda metabólica tecidual materna, aumentando as demandas de proteína e energia para a devida produção do leite, o que também é difícil nesse caso, pois, assim como na gestação, a mãe tem a capacidade de prover essas demandas pelos seus estoques e por síntese endógena. Pesquisas mostraram que a mulher lactante pode perder cerca de 70 a 80mg de DHA por dia no aleitamento, relacionado a perdas pelos processos oxidativos ou para adequação dos requerimentos maternos. Para alcançar balanço positivo de DHA na lactação, todos estes fatores devem ser considerados, juntamente com a amenorréia lactacional, fator poupador de DHA neste período.
Assim como para gestantes, é recomendado para lactantes o consumo de peixes para assegurar quantidade adequada de DHA . Se o consumo de alimentos marinhos não for possível, o óleo de soja e de canola são boas fontes do ácido α-linolênico, cujo uso deve ser estimulado. Para o lactente, o leite humano, que contém os ácidos eicosapentanóico, docosahexaenoóico e α-linolênico, ainda é considerado o alimento ideal para satisfazer suas necessidades de ácidos graxos poliinsaturados n-3 durante o período pós-natal.
Os níveis dos ácidos linoléico, gama-linolênico e DHA no leite estão diretamente relacionados com a quantidade destes ácidos graxos na dieta materna. A concentração desses ácidos graxos n-3 no leite é maior de acordo com sua quantidade na dieta materna.
Hoje em dia, há muitas controvérsias em relação à suplementação de ácidos graxos poliinsaturados na dieta dos recém-nascidos. Foi observado por alguns pesquisadores que não há variação nas funções neurais e visuais de crianças alimentadas com leite materno, enquanto que, as crianças alimentadas com fórmulas lácteas cuja fonte desses ácidos graxos é o óleo de milho, houve uma diminuição da função visual, mesmo quando suplementadas com AA e/ou DHA. Essa diminuição da função visual se deve à ingestão do ácido gama linolênico abaixo da recomendação preconizada. A substituição do óleo de milho pelo óleo de soja aperfeiçoou o perfil dos ácidos graxos n-3 nas fórmulas comerciais.
No entanto, outros estudos mostram que a suplementação de DHA em formulação infantil promove aumento na concentração de DHA no plasma e nos eritrócitos, além de melhorar a função visual e o desenvolvimento neuronal, o que levou à hipótese de que a suplementação de DHA, nas fórmulas lácteas poderia ser benéfica, particularmente para os prematuros. Estudos com prematuros recebendo suplementação com óleo de peixe mostram o efeito benéfico, porém provisório, na função visual, mas seguido de um efeito antagônico no crescimento e em alguns indicadores de desenvolvimento neuronal. Assim, supõe-se que a suplementação com óleo de peixe iniba a conversão do ácido linoléico para ou que o ácido eicosapentaenóico, presente em grande quantidade, possa competir com o ácido araquidônico na anexação dos fosfolipídeos das membranas teciduais e/ou na conversão para os eicosanóides. Por isso, é recomendado que as fórmulas sejam suplementadas tanto com DHA quanto com AA.
Pelas grandes controvérsias desses estudos, ainda há necessidade de outras pesquisas relacionadas aos requerimentos destes ácidos graxos poliinsaturados, para que a prática da suplementação possa ser devidamente recomendada. Muitas dessas controvérsias podem ser explicadas pelas diferenças entre as populações estudadas ou entre as metodologias aplicadas como a composição das formulações e nos tipos e nos tempos de suplementação de cada ácido . Enquanto esses dados em relação aos possíveis benefícios da suplementação de ácidos graxos poliinsaturados nos leites industrializados não estiverem disponíveis, é antecipada a recomendação desse leite atualmente disponibilizado no mercado para lactentes saudáveis que somente não utilizam o leite materno como fonte alimentar.
http://www.nutricaoedesenvolvimento.com.br/images/Mario%20et%20al%20CN166%20vers%C3%A3o%20final.pdf
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Importância da carne bovina na dieta
Essa “luta” contra alimentos de origem animal por médicos e nutricionistas intensificou-se a partir dos anos 1970, quando foi aceita a chamada hipótese lipídica, a qual indica que a gordura saturada aumenta o colesterol e que altos níveis de colesterol causam aterosclerose, o que leva a ocorrência de doenças cardiovasculares, reduzindo o tempo de vida das pessoas.
A associação da carne bovina com a hipótese lipídica foi feita devido ao fato de ela apresentar, em relação a outras carnes, maiores teores de gordura saturada. Esse alto teor de gordura saturada é conseqüência da hidrogenação de gorduras insaturadas no rúmen dos bovinos, o que leva a saturação dessas gorduras.
Existem paradoxos que nos permitem contestar essa hipótese lipídica. Primeiro porque, de 1970 até os dias de hoje a ingestão de gordura pelos americanos diminuiu de 40% para 34% das calorias ingeridas e o colesterol sérico diminuiu, mas a incidência de doenças cardiovasculares não. Além disso, a obesidade, que também predispõe à essas doenças aumentou, mesmo com a redução da gordura.
Dados coletados pelo Ministério de Agricultura dos EUA mostraram que o consumo de gordura de origem animal foi reduzido de 5,9 kg para 4,7 kg, redução essa compensada por um aumento de 18 kg para 26,3 kg de gordura vegetal. Tal resultado pode ajudar a explicar o aumento da obesidade ocorrido nos EUA.
Outros dados epidemiológicos mostraram que os franceses têm dietas ricas em gordura saturada, mas baixa incidência de doenças cardiovasculares. Foi mostrado também que países do Sul Europeu, apresentaram acentuada redução de morte por causa dessas doenças, mesmo com o aumento da ingestão de alimentos ricos em gordura saturada. Em relação aos japoneses, verificou-se um aumento extremo do consumo de carne e uma queda na mortalidade por doenças cardiovasculares. Tais dados evidenciam que o consumo de carne não é o problema.
Como foi citado anteriormente, a gordura animal vem sendo substituída por carboidratos e gordura vegetal. Alimentos de “baixo teor de gordura”, com excessão de frutas e verduras, normalmente possuem alto teor de carboidratos simples e amido. O fato é que dietas ricas em carboidratos elevam os níveis sangüíneos de triglicerídeos e do LDL (colesterol ruim), as lipoproteínas de baixa densidade; além de reduzir também o teor das lipoproteínas de alta densidade, HDL (colesterol bom).
Muitas pessoas crêem que dietas onívoras (sem restrições de alimentos) e dietas vegetarianas servem como “dieta controle” em comparação com as dietas que incluem carne, pois os vegetarianos, em geral, apresentam menores taxas de doenças cardiovasculares. As dietas vegetarianas possuem maiores ingestões de fibra e vitaminas B1, C, E, ácido fólico, beta caroteno e vitamina K . A partir da seleção de alimentos, é possível conciliar consumos elevados desses compostos, simultaneamente ao consumo de carne, e fazer então uma comparação adequada, na qual a carne é um fator a ser isolado. Além disso, o estilo de vida de vegetarianos é geralmente mais saudável, visto que, entre eles há um menor número de fumantes, o consumo de álcool é menor, a prática de atividade física é maior, entre outros. Associando-se isso a um maior consumo de antioxidantes e de fibras alimentares, podemos explicar, de certa forma, porque eles possuem uma menor incidência dessas doenças.
A ênfase para a redução da carne bovina na dieta pode causar efeitos prejudiciais na nutrição da população, devido ao fato de ela ser uma importante fonte de determinados nutrientes.
A carência de ferro, por exemplo, é uma deficiência nutricional que está fortemente ligada ao consumo de carne bovina, pois ela tem uma participação bastante expressiva no atendimento das demandas de ferro. Estudos mostraram que apenas cerca de 22% das pessoas que não ingerem carne conseguem atender em 100% as exigências de Fe, contra 45% que consomem cerca de 100 g de carne bovina por dia, resultados os quais são muito semelhantes no caso do zinco.
A carne bovina é também uma fonte de proteína e possui alta digestibilidade e alto valor biológico, o que permite que a composição em aminoácidos atenda muito proximamente as necessidades das dietas.
As vitaminas do complexo B, também têm a carne bovina como principal fonte. Em idosos, a capacidade de liberação da vitamina B12 da matriz protéica que ela está ligada é menor, porque a capacidade de produção de ácidos gástricos também é menor. Por isso na Austrália, é recomendado para idosos um maior consumo de alimentos ricos nessa vitamina, como é o caso da carne bovina.
Os alimentos vegetais que são utilizados como alternativa para carne são normalmente piores fontes de ferro e zinco, além de não conterem vitamina B12 e ácidos graxos de cadeia longa ômega-6.
Como recomendação de redução do consumo de carne bovina na dieta visa principalmente à redução dos níveis plasmáticos de gordura (triglicerídeos e colesterol) foram feitos estudos que mostraram que dietas para redução de lipídeos plasmáticos podem ser feitas com carne magra.
Na tabela abaixo podemos visualizar os resultados obtidos de outro estudo que compara uma dieta com carne vermelha versus com duas carnes brancas (frango e peixes) nos teores de lipídeos no sangue (mg/dL) no início (linha base) e após 9 meses.
A partir da tabela pode-se inferir que as dietas foram bastante equivalentes para a redução de colesterol e triglicérides.
Ácidos graxos devem ser avaliados individualmente
Não podemos fazer uma generalização em relação aos ácidos graxos. Primeiro porque nem todas as gorduras saturadas aumentam o colesterol. Segundo porque, individualmente, ácidos graxos podem causar efeitos metabólicos significativos e bem distintos, sendo que alguns deles, como os da série ômega-3 e os ácidos linoléicos conjugados (grupo de isômeros posicionais e geométricos do ômega-6), que também estão presentes na carne, geram benefícios à saúde humana e podem ter o consumo atual abaixo do ideal.
Os ácidos graxos trans são produzidos pela hidrogenação parcial de outras gorduras e estão relacionados com a maior incidência de cardiopatias, por aumentarem os níveis de LDL e diminuírem os de HDL. Um estudo feito relacionou o teor de ácidos graxos trans no tecido adiposo com infarto do miocárdio. No meio do experimento, os pesquisadores foram obrigados a usar margarina sem ácidos graxos trans, porque houve proibição no país do tipo normal de margarina. A margarina usada antes da proibição contribuía com aproximadamente 50% dos ácidos graxos trans da dieta e, após o uso de margarinas sem ácidos graxos trans, a diferença desses ácidos graxos no tecido adiposo deixou de existir. Esse experimento mostrou um problema maior em relação aos alimentos fontes de origem vegetal na dieta, pois durante todo esse tempo houve consumo de carne.
Os principais efeitos biológicos dos ácidos graxos ômega-3 são a menor predisposição para trombose e processos inflamatórios, enquanto os ácidos linoléicos conjugados (CLA) auxiliam na perda de peso, principalmente gordura, melhoram a calcificação óssea, diminuem o catabolismo imune e estão vinculados à ação anticancerígena. Os dois principais isômeros que fazem parte dos CLA são o cis-9, trans-11, e o trans-10, cis-12.
A partir dessas observações feitas, concluímos que a carne bovina é um alimento extremamente nutritivo, o qual possui elevada densidade energética e nutricional, o que facilita o balanceamento das dietas. Ela também melhora a absorção de minerais (Fe e Zn) e contribui com ácidos graxos essenciais e de ação metabólica (CLA e ômega-3). A restrição desse alimento nas dietas pode ser considerada para muitos uma perda na qualidade de vida, além de poder acarretar em problemas de saúde como anemia.
O colesterol
Sabemos que existem dois tipos básicos de gordura:
Gorduras saturadas(prejudiciais a saúde):Devem ser consumidas com moderação, pois são formadas por ácidos graxos saturados, que são muito prejudiciais a saúde.São as gorduras que mais causam problemas cardiovasculares aos seres humanos,elas aumentam o LDL(colesterol ruim) e são responsáveis pelo depósito de gordura nos vasos.
Gorduras insaturadas: São divididas em três, as Monoinsaturada, as Poliinsaturada e a gordura trans.As poliinsaturadas e as monoinsaturadas à temperatura ambiente são encontradas no estado líquido e são conhecidas como azeite ou óleos vegetais.O azeite de oliva e o óleo de girassol,são os mais saudáveis para o corpo humano.Essas gorduras, aumentam o nível de HDL(colesterol bom), diminuem o de LDL(colesterol bom) e reduzem a formação de placas de gordura,diminuindo assim o risco de doenças cardiovasculares e a hipertensão arterial.
Dentro da gordura insaturada encontramos:
Gorduras Monoinsaturadas:Encontramos essa gorduras no azeite de oliva,azeitona,óleo de canola,castanha de caju,amêndoas e abacate.Fornecem energia para o metabolismo basal,sem estimular a secreção de insulina.
Gorduras Poliinsaturadas:São encontradas em alimentos ricos em ômega 3 como, peixes,frutos do mar,soja e grãos e são excelentes para reduzir o LDL.O consumo adequado de ômega 3, presente nos peixes,previne doenças cardiovasculares e proporciona uma boa saúde.Estudos realizados, sugerem o aumento do QI de crianças as quais as mães consumiram mais ômega 3 durante a gravidez.Porém,tudo deve ser consumido com moderação, pois o excesso de ômega 3,retarda a coagulação sanguínea.
Na tabela abaixo, sao observados alimentos muito gordurosos e prejudiciais à saúde,do lado esquerdo e do lado direito os alimentos que podem subtituir os gordurosos.
Abaixo encontramos a quantidade de colesterol presente em cada alimento.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Colesterol e sua Biossíntese
Hoje vou começar com uma introdução ao que é o colesterol para depois falar sobre a sua biossíntese.
O colesterol é um álcool policíclico de cadeia longa, formado por 4 anéis de hidrocarboneto ligados a uma cauda de hidrocarbonetos em uma ponta e um grupo hidroxila na outra, que é o grupo polar da cabeça. Sua fórmula estrutural é C27H46O.
Ele é classificado como esterol, um tipo de lipídeo estrutural de membrana, sendo um lipídeo anfipático, ou seja, uma extremidade da sua molécula é hidrofóbica e a outra é hidrofílica, como vimos na imagem anterior. Por ser uma molécula praticamente hidrofóbica, o colesterol é insolúvel no sangue. Quando a gordura atinge o intestino, ela é digerida por enzimas hidrolíticas e seu transporte é feito por lipoproteínas ,como LDL e HDL, para os outros tecidos do corpo por meio do fluxo sangüíneo. O colesterol aumenta a rigidez da membrana e influencia na sua permeabilidade. Além disso, o colesterol é também um precursor da síntese de hormônios esteróides, ácidos biliares e vitamina D. Ele encontra-se presente, em grande quantidade, em células do fígado, da medula espinhal e do cérebro. A maior parte do colesterol (75%) é sintetizado endogenamente e a outra parte (25%) é obtida por meio da dieta. Endogenamente, ele é formado a partir de acetil-CoA usando NADPH como reagente redutor. Isso acontece principalmente no fígado, nos rins e no córtex das glândulas adrenais. Na dieta ele é encontrado nas gorduras animais e suas principais fontes são: carne, ovo e leite e derivados. É importante lembrar que mesmo com uma dieta vegetariana, o colesterol pode ser sintetizado no organismo humano em grandes quantidades.
Principais lipoproteínas que transportam o colesterol:
LDL – Low Density Lipoprotein : É a lipoproteína de baixa densidade que transposta colesterol e triglicerídeos do fígado e do intestino delgado para as células e tecidos do corpo. É conhecida como “colesterol ruim” pois em alta quantidade é o principal causador da aterosclerose, podendo causar infarto e AVC.
Níveis de colesterol LDL de um homem em jejum relacionados ao risco de doenças cardíacas:
Nível mg/dL | Nível mmol/L | Interpretação |
<100 | <2,6 | Nível ideal de colesterol LDL, correspondente a risco diminuído de doença cardíaca |
100 a 129 | 2,6 a 3,3 | Nível próximo ao ideal |
130 a 159 | 3,3 a 4,1 | Nível limítrofe |
160 a 189 | 4,1 a 4,9 | Nível alto de LDL |
>190 | >4,9 | Nível muito alto de LDL, correspondendo a um risco maior de doenças cardíacas |
HDL – High Density Lipoprotein : É a lipoproteína de baixa densidade que transporta colesterol dos tecidos do corpo ao fígado – transporte reverso do colesterol, que diminui a quantidade de colesterol na corrente sanguínea e nas células, diminuindo então o risco de doenças cardiovasculares. É conhecido como “colesterol bom”.
Níveis de HDL de um homem em jejum relacionados ao risco de doenças cardíacas:
Nível mg/dL | Nível mmol/L | |
<40 (homens), <50 (mulheres) | <1,03 | Baixo nível de colesterol HDL,risco aumentado de doença cardíaca |
40–59 (homens), 50-59 (mulheres) | 1,03–1,52 | Nível médio de HDL |
>60 | >1,55 | Alto nível de HDL, condição ideal para proteção contra doenças cardíacas |
UMA VIAGEM RÁPIDA AO MUNDO DO COLESTEROL:
BIOSSÍNTESE DO COLESTEROL:
O colesterol é formado a partir do acetil-CoA em 4 etapas:
Etapa 1 - Síntese de mevalonato a partir de acetato:
Duas moléculas de acetil-CoA condensam-se para formar acetoacetil-CoA, que se condensa com uma terceira molécula de acetil-CoA, gerando o composto de 6 carbonos HMG-CoA. As duas primeiras reações são pela tiolase e pela HMG-CoA-sintetase. A terceira reação é a redução de HMG-CoA em mevalonato, para o qual cada uma das duas moléculas de NADPH doa dois elétron.
obs: A HMG-CoA-redutase, uma proteína integral da membrana do retículo endoplasmático liso, é o principal ponto de regulação da via do colesterol.
Etapa 2 – Conversão de mevalonato em dois isoprnos ativados:
Três grupos fosfato são transferidos de três moléculas de ATP para o mevalonato. O fosfato ligado ao grupo hidroxil do mevalonato é um bom grupo de saída; na próxima etapa, tanto esse fosfato quando o grupo carboxil vizinho saem, produzindo uma ligação dupla no produto cinco carbonos, isopentenil-pirofosfato. Este é o primeiro dos dois isoprenos ativados centrais para a formação do colesterol. A isomerização do isopentenil-pirofosfato gera o segundo isopreno ativado, o dimetil-pirofosfato.
Etapa 3 – Condensação de seis unidades de isopreno ativadas para formar esqualeno:
O isopentenil-pirofosfato e o dimetilalil-pirofosfato sofrem uma condensação em que um grupo pirofosfato é deslocado, sendo formada uma cadeia de 10 carbonos, o geranil-pirofosfato. O geranil-pirofosfato sofre outra condensação com o isopentenil-pirofosfato, gerando um intermediário de 15 carbonos, o farnesil-pirofosfato, que se liga a outra molécula de farnesil-pirofosfato com eliminação dos grupos pirofosfatos e formação do esqualeno.
Etapa 4 – Conversão do esqualeno no núcleo esteroide de quatro anéis:
O esqualeno sofre oxidação e ciclização gerando lanosterol. O lanosterol (30C) é convertido em colesterol (27C) após 20 reações, que incluem a migração e remoção de alguns grupos metil.
A síntese endógena do colesterol ocorre no citossol e no retículo endoplasmático e é uma via redutora que consome grande quantidade de energia.
A Gordura Trans e seus efeitos
Curiosidade sobre gordura-trans
Ômega-3 e Ômega-6
http://www.nutricaoedesenvolvimento.com.br/images/Priscila%20de%20Mattos%20Machado%20Andrade%20MN%20Metab%C3%B3lica%20v8n3.pdf
sábado, 14 de maio de 2011
Apresentação
Esse blog será feito por cinco alunos estudandes de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), onde iremos atualizar vocês sobre o colesterol, gordura trans, ômega 3 e ômega 6. Escolhemos esse tema por ser um tema relacionado ao nosso curso e de imensa importância na vida de todos nós, já que, hoje em dia, o colesterol alto atinge grande parte da população e é um dos maiores causadores de doenças cardiovasculares. Além disso, o colesterol tem um papel central em muitos processos bioquímicos.
Pretendemos postar ao longo de todo o desenvolvimento do blog, até a sua conclusão, informações essenciais sobre o nosso tema, como:
- o que é o colesterol, quais seus benefícios e prejuízos e o que eles causam ao nosso organismo quando seu índice está maior do que o recomendado;
- diferentes tipos de introdução do colesterol no nosso organismo;
- principais diferenças entre o “colesterol bom” e o “colesterol ruim”;
- como reduzir o colesterol no sangue e assim evitar doenças posteriores;
- curiosidades da atualidade e novas descobertas sobre como reduzir a taxa de colesterol no sangue;
- a importância do balanceamento da alimentação;
- importância de outros nutrientes em seu controle;
- proporção dos alimentos ricos em ômega 3 e ômega 6;
- estruturas químicas e comportamentos bioquímicos;
- gordura saturada e insaturada, o que são e quais seus beneficios e prejuízos para a saúde.
Qualquer dúvida ou comentário que desejem fazer basta vocês comentarem nas postagens das quais vocês desejam falar que nós entraremos em contato!
Os integrantes do blog, aos quais vocês poderão recorrer e irão ver nas postagens ao longo do desenvolvimento do blog, são:
- Cecília Chrispim Louly
- Elaine Abikian
- Fernanda Vargas
- Mariana Prado
- Victor Hugo Machado (mais conhecido como Pão)
Obrigada desde já pelas visitas, esperamos que gostem do nosso blog e que possamos ajudar vocês a compreenderem melhor o nosso tema e a importância do seu conhecimento para a vida.